Em 2011 descobri esse livro e quando vi fiquei
tentando imaginar como uma pessoa não conseguiria reconhecer uma melodia como música, e iria entendê-la como puro e simples barulho. Finalmente comprei o
bendito livro (foi o presente de aniversário que dei a mim mesma!) e descobri como essas pessoas que possuem amusia se
relacionam com a música. Bom, o autor, Oliver Sacks, não relata apenas os que
não entendem música, mas também casos de pessoas que entendiam até demais.
Aqui no blog, a cada semana, irei postar alguns trechos do livro, que é dividido em quatro partes. Os posts também serão divididos em quatro partes, com trechos que contemplem cada uma delas. Se tiverem oportunidade, não deixem de comprar o livro. É muito, muito bom!
Por hora, só pra deixar vocês com água na boca, uma vontadezinha de
saber o que está por trás dessa linda capa (que, particularmente, eu gostei
muito), vou escrever alguns trechos do prefácio da obra.
"Ouvir música não é apenas lago auditivo e emocional, é
também motor. 'Ouvimos música com nossos músculos', Nietzsche escreveu.
Acompanhamos o ritmo da música, involuntariamente, mesmo se não estivermos
prestando atenção a ela conscientemente, e nosso rosto e postura espelham a
'narrativa' da melodia e os pensamentos e sentimentos que ela provoca."
"A imaginação de uma música, mesmo nas pessoas
relativamente não musicais, tende a ser notavelmente fiel não só ao tom e ao
sentimento do original, mas também à altura e ao ritmo. (...) O fato é que o
nosso sistema auditivo, nosso sistema nervoso, é primorosamente sintonizado
para a música."
"Mas esse maquinário prodigioso- talvez por ser tão
complexo e altamente desenvolvido- é vulnerável a várias distorções, excessos e
panes. A capacidade de perceber (ou imaginar) música pode ser prejudicada por
algumas lesões cerebrais, e há muitas formas e amusia desse tipo. Por outro
lado, a imaginação musical pode tornar-se excessiva e incontrolável, levando a
incessantes repetições de músicas que não saem da cabeça, ou até a alucinações
musicais."
"A música pode nos acalmar, animar, consolar,
emocionar. pode nos ajudar a obter organização ou sincronia quando estamos
trabalhando ou nos divertindo. mas para pacientes com várias doenças
neurológicas ela pode ser ainda mais poderosa e ter imenso potencial
terapêutico."
E a música é assim. Passeia sem licença pelo nosso corpo,
provocando transformações e sendo transformada.
Aguardem os próximos posts sobre o livro!