sexta-feira, 2 de maio de 2008

Oficinas de arte reduzem risco social

Escolas de Minas dão exemplo de cidadania a estudantes e comunidade
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=10407

Quanto cobraria um psicólogo que ensinasse às crianças valores como respeito ao próximo, valorização de sua identidade e que de sobra as fizesse conviver com pessoas de todas as idades, etnias e classes sociais? Em Contagem (MG), a 21 quilômetros de Belo Horizonte, o custo de tal conhecimento é zero. O benefício, entretanto, vem por meio de aulas de dança, canto, teatro, percussão e reciclagem. Aliás, todos os utensílios utilizados para confecção de tambores, chocalhos e para as fantasias usadas no teatro são de material reciclado.
O projeto Educação pelo Tambor partiu de uma iniciativa simples. Manter as escolas de Contagem abertas durante o fim de semana foi o começo de uma ação que livrou crianças e adolescentes do município de uma situação de risco social. “Não apenas as que vieram da periferia da cidade, mas muitas de classe média também apresentavam desvios, como o preconceito”, explicou a coordenadora do programa, Ana Maria Macedo.
Ao todo, 20 especialistas trabalham em 10 escolas e na sede do projeto. Não só crianças e adolescentes, como também outros membros das comunidades participam. “Com a convivência de pessoas de idades diferentes, o nosso ganho é ainda maior”, explicou Ana Maria. A participação é voluntária e as oficinas são realizadas aos sábados pela manhã, de 8 horas até meio-dia.
Cerca de 800 pessoas são diretamente atingidas pela iniciativa. A prefeitura da cidade é quem paga os “oficineiros”, escolhidos por concurso público. “Foi a maneira que encontramos de ter os profissionais mais qualificados”, explicou a coordenadora. São professores de percussão, canto, reciclagem, pedagogos, entre outros. Os pais acompanham o desenvolvimento de seus filhos e vão às apresentações de música, teatro e canto, feitas em datas especiais como o dia das mães, por exemplo.
Lucros – Mas o projeto Educação pelo Tambor foi ainda mais longe. A sede do projeto, onde as apresentações festivas são realizadas, tornou-se um ponto de encontro, reunindo pessoas de várias partes da cidade e estabelecendo entre elas um saudável intercâmbio, com trocas de relatos e histórias. Isso fez com que moradores que não gostavam de Contagem criassem uma nova identidade com a cidade. “Tínhamos Belo Horizonte como parâmetro”, lembra a coordenadora do programa. “Aos poucos, a cidade foi se tornando diferente, aos olhos dos próprios moradores.”
O Educação pelo Tambor faz parte do programa Escola Aberta, desenvolvido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e conta com apoio da prefeitura municipal de Contagem e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Ana Guimarães

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