quinta-feira, 21 de maio de 2009

Porque as escolas não devem ser apenas locais onde se aprende a ler e a escrever, mas também onde se desenha, se dança, etc

(Recebi esse texto por e-mail)

Por Luca Rischbieter

Criada pelo educador norte-americano Howard Gardner, a teoria das inteligências múltiplas ganhou grande destaque no meio educacional a partir do início da década de 90. Para Gardner, reduzir a inteligência às capacidades intelectuais é um erro, pois se pode falar com segurança de pelo menos sete tipos de inteligências diferentes: lingüística, lógico-matemática, corporal-cinestésica, musical, visuo-espacial, interpessoal (em relação aos outros), pessoal (em relação a si mesmo).

Segundo ele, essas inteligências são sete jeitos diferentes de conhecer o mundo, e a maior ou menor aptidão para cada uma delas define um perfil de cada aluno, de cada pessoa.As idéias de Gardner recebem muitas críticas de psicólogos. Uma delas é que, ao se "enraizar" as aptidões intelectuais em sete grupos predefinidos, esquece-se do enorme papel que o meio pode ter, ao abrir diversos caminhos de desenvolvimento.

A crítica mais comum é do tipo "Por que não 10, 15, 18 tipos de inteligência?" Outros dizem que Gardner confunde "inteligência" com "habilidade", o que empobrece o conceito. A maioria dessas objeções é abordada pelo próprio Gardner em seus livros.Para a pedagogia, mais preocupada com possíveis aplicações práticas do que com o rigor acadêmico, essa teoria é muito atrativa, especialmente porque Gardner comanda um projeto de escola experimental na Universidade de Harvard (Projeto Zero), por meio do qual tenta verificar na prática as conseqüências de suas idéias para a educação.

Em sua escola, a música, a dança, a dramatização, o desenho não são considerados apenas novas "matérias" que vêm enriquecer e equilibrar o currículo, mas também estratégias didáticas para o ensino de conteúdos mais tradicionais, procurando respeitar os possíveis diferentes modos de aprender. Trabalhos em equipe e realização de projetos, criação, apreciação e crítica de obras de arte, auto-avaliação e concepção da escola como uma pequena comunidade são outras das características do projeto pedagógico de Gardner.

Não que essas idéias sejam absolutamente originais. O próprio Gardner faz questão de deixar claro que, em termos de aplicação à educação, sua teoria leva a práticas que já foram em grande parte introduzidas desde o início do século, pelo menos por pedagogos ligados ao movimento da Escola Progressiva (conhecida também como Escola Nova).

Assim como acontece no caso da teoria da inteligência emocional, a de Gardner parece dever parte de seu sucesso à capacidade de agregar em torno de si um grande descontentamento com uma educação excessivamente preocupada com a transmissão de conteúdos intelectuais.Uma escola que admita a influência, em sua concepção de trabalho, da teoria das inteligências múltiplas, certamente poderá introduzir inovações interessantes em suas práticas, oferecendo mais oportunidades para que cada aluno encontre rumos próprios para seu crescimento.

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